quinta-feira, 31 de julho de 2014

Alimentação dos Adolescentes

De acordo com as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), os adolescentes representam cerca de 25% da população mundial. No Brasil, segundo o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), esse grupo corresponde a 18% da população do país.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência é o período da vida que se inicia aos 10 anos de idade e se prolonga até os 20 anos (inclusive). Esse período é marcado por intensas mudanças corporais e fisiológicas caracterizada pelo crescimento ósseo, aumento de massa magra, desenvolvimento e amadurecimento dos órgãos sexuais e de órgãos internos.

            Os jovens são vulneráveis do ponto de vista nutricional, pois tendem a omitir refeições, em particular o café da manhã, em paralelo ao consumo elevado de alimentos com alta densidade energética e de baixo valor nutricional, agregado a calorias provenientes de açúcar e gordura saturada e ao baixo consumo de frutas, verduras e leite e derivados.

       Hábitos alimentares não saudáveis no período da adolescência podem ter efeitos deletérios imediatos sobre as características físicas e psicossociais dos indivíduos. Muitas doenças que ocorrem na idade adulta, tais como obesidade e diabetes, tiveram sua origem na adolescência, podendo ser em decorrência de um padrão alimentar inadequado associado ou não ao sedentarismo e a outros fatores de risco como consumo de bebidas alcoólicas e hábito de fumar.

            Alguns estudos demonstraram esse padrão alimentar na adolescência, caracterizado pela ingestão excessiva de açúcares, sódio, gordura saturadas, que muitas vezes representam de 35% a 55% da oferta energética diária. Há simultaneamente carência de consumo de frutas, grãos, fibras e produtos lácteos.

            Para uma adequada intervenção, diante dos problemas nutricionais na adolescência, a atitude há de ser de flexibilidade, uma vez que os hábitos alimentares fazem parte da evolução sociocultural dos países ocidentais. Sua origem possui uma série de fatores difíceis de modificar e que se fazem atrativos para os jovens, pois os alimentos mais consumidos (fast-food e junk-food) têm boa apresentação, bom paladar, baixo custo e podem ser consumidos em qualquer lugar. No entanto, deve-se limitar seu consumo e compensar os possíveis desequilíbrios de distintos nutrientes com uma alimentação adequada. Outra medida útil seria recomendar que, dentro dos menus de fast-food, sejam a opção aqueles mais equilibrados e de menor tamanho, restringindo-se o uso de molhos e alternando-se esse tipo de alimento com saladas e frutas.

            Orientações:


1)    Dar preferência a uma dieta variada, que inclua todos os grupos alimentares, evitando-se o consumo de balas e outras guloseimas;

2)     Se alimente 5 ou 6 vezes ao dia. Coma no café da manhã, almoço e jantar e faça lanches saudáveis nos intervalos;

3)    O consumo de frutas, verduras e legumes deve ser diário e variado (> 5 porções/dia); a quantidade de sucos naturais, quando oferecidos, não deve ultrapassar o máximo de 240ml/dia; 

4)    A ingestão de sal deve ser controlada (< 5g/dia) para prevenção de hipertensão arterial;

5)    O consumo de cálcio deve ser apropriado (cerca de 1.300mg/dia) para permitir a formação adequada da massa óssea e a prevenção da osteoporose na vida adulta. Esta quantidade, 1.300mg, corresponde de 3-5 porções de derivados lácteos, sendo 1 porção de leite ou iogurte igual a 240ml e 1 porção de queijo igual a 2 fatias, ou 40g;

6)    Incentivar o consumo de alimentos ricos em ferro (carnes vermelhas, fígado, miúdos, leguminosas, vegetais folhosos verde-escuros. A absorção do ferro dos alimentos de origem vegetal é aumentada quando ingeridos junto à uma fonte de vitamina C, como morango, limão, laranja, entre outros). A deficiência de ferro pode causar anemia, prejudica o desenvolvimento cerebral e aumenta a mortalidade de mulheres e crianças;

7)    Incentivar o consumo de alimentos ricos em zinco (carnes vermelhas e brancas, fígado, frutos do mar, ovos, cereais integrais, lentilha). O zinco é importante para o crescimento e reparo dos tecidos coagulação sanguínea, cicatrização de feridas, desenvolvimento ponderal, à maturação sexual e etc;
 
8)    Priorizar o consumo de carboidratos complexos (são digeridos e absorvidos lentamente, ocasionando aumento pequeno e gradual da glicemia. Exemplos de alimentos fontes de carboidratos deste grupo: arroz, pão, batata, massa e fibras);

9)    Avaliar a presença de fatores de risco de distúrbios nutricionais: fumo, poucas horas de sono, ingestão de álcool e energéticos;

10)    Reduzir o consumo de refrigerantes e sucos artificiais;

11)  Estimular a prática de atividade física.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:
Previdelle, AN. Padrões da dieta de adolescentes do município de São Paulo e fatores associados: estudo de base populacional. [Tese de Doutorado] Universidade de São Paulo – USP, 2013.
Weffort, VRS; Fisberg, M; Pires, MMS et. al. Alimentação do Adolescente. Manual de orientação do departamento de nutrologia: alimentação do lactente ao adolescente, alimentação na escola, alimentação saudável e vínculo mãe-filho, alimentação saudável e prevenção de doenças, segurança alimentar. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012. 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O frio chegou... Que fome!

Talvez o inverno seja o período mais temido por quem vive de dieta. Parece que sentimos fome a todo instante, até mesmo quando acabamos de comer. Mas existe alguma explicação para tanta fome assim? 

Bom, talvez a resposta mais clássica e fisiológica seja: - Quando sentimos frio, precisamos de mais energia para manter nosso corpo aquecido, e, portanto, de maneira inteligente o nosso corpo aumenta a sensação de fome o que leva ao maior consumo de alimentos para suprir as necessidades energéticas.

Essa pode ser uma explicação importante para indivíduos que moram em países que atingem temperaturas muito baixas. Mas e para nós brasileiros que sofremos com pequenas variações de temperatura, será que nosso gasto energético aumenta tanto assim?

Para muitos, a necessidade aumentada de alimentos durante o frio está mais associada à sensação de bem estar e conforto proporcionada pelo alimento nesses dias em que não temos nem vontade de sair da cama. Principalmente os alimentos mais gordurosos e açucarados, considerados os vilões da dieta, possuem essa característica de conferir bem estar.

Mas quais são os principais fatores relacionados com o ganho de peso durante o inverno?
O primeiro deles pode ser a dificuldade de se praticar atividade física durante os meses de inverno. A maioria das pessoas aproveita o “friozinho” para dormir até mais tarde, ou dormir mais cedo e passa mais tempo dentro de casa. Com isso, gastamos menos e armazenamos mais energia.
 
O fator que vem diretamente associado à baixa atividade física, é, como já conversamos antes, a maior vontade de consumir alimentos principalmente ricos em gorduras e açúcares. Além disso, muitas pessoas deixam de consumir frutas e verduras durante o inverno, ou diminuem drasticamente o consumo, já que esses alimentos são mais aceitos durante os dias quentes (no fim desse texto temos dicas de como utilizar esses alimentos no inverno!).

Uma característica que muitas vezes passa despercebida é a falta de vontade de cozinhar durante os dias frios. Afinal, e para lavar a louça? Com isso, passamos a consumir mais alimentos prontos, fast-food, e industrializados.

Importante:

No período de inverno também há o aumento na incidência de gripes, resfriados e alergias. Por isso é muito importante que a alimentação seja rica em vitaminas e minerais que auxiliam no alívio de alguns dos sintomas!

Para finalizar temos algumas dicas para combater a preguiça e o frio... Que tal variar o cardápio? Veja duas receitas a seguir.

Chá de gengibre e morango
Ingredientes
1 xícara de água
3 lascas de gengibre fresco
3 morangos picados
Mel a gosto

Modo de preparo:
Coloque o gengibre e a água em uma panela e leve ao fogo. Assim que levantar fervura, desligue, acrescente os morangos e tampe. Deixe descansar até amornar. Coe e adoce com mel a gosto. Se preferir pode acrescentar canela e cravo da índia.


Creme de couve
Ingredientes
5 xícaras de chá de folhas de couve
½ xícara de chá de cebola
2 colheres de sopa de óleo
Sal a gosto
1 colher rasa de sopa de queijo ralado
1 colher de sobremesa de farinha de trigo
1 xícara de chá de leite
1 xícara de chá de água
Modo de preparo:
Lave as folhas de couve em água corrente e pique-as miúdas. Em uma panela, refogue a cebola no óleo até dourar. Junte as folhas de couve picadas e o sal. Misture e tampe a panela por alguns minutos. À parte, misture o queijo ralado, a farinha de trigo, o leite e a água e adicione ao refogado. Mexa até o creme encorpar. Sirva ainda quente.

Referências Bibliográficas:

Santos, E.C & Candido, C.C. Nutrição- Guia Prático. Editora Relativa. 3° edição, 2013.


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As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Texto Elaborado por: Andressa Reginato, Ariadne Cecílio e Thaís de Fante
Nutricionistas formadas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP - Campus FCA). Atuam no ramo da pesquisa experimental e alimentação escolar. Integram a Equipe Nuthane desde 2013.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Amaranto

O amaranto (Amaranthus sp.) é um pseudocereal originário provavelmente das Américas do Sul e Central. Pertence à família das amarantáceas, se divide em 70 gêneros, entre eles o Amaranthus, que possui mais de 60 espécies. Representou a base da dieta de diversas civilizações pré-colombianas, dentre estas os Maias, Incas e Astecas, além de ser considerado um alimento sagrado utilizado em rituais religiosos. No entanto, no período colonial, em consequência da pressão exercida pelos espanhois para erradicar as cerimônias pagãs, o consumo e cultivo do amaranto foram proibidos. Assim, essa cultura desapareceu, mantendo-se espalhada apenas em algumas regiões andinas de forma incipiente.

           Em 1975, o amaranto ressurge mundialmente, quando a National Academy of Sciences o considera como uma das culturas mais promissoras para alimentar a humanidade. Desde então houve um significativo aumento na atividade de pesquisa envolvendo o amaranto.

         O grão de A. cruentus apresenta cerca de 60% de amido, 15% de proteína, 13% de fibra alimentar, 8% de lipídios e 4% de cinzas, destacando-se por apresentar teores de proteína, de fibra e de vitaminas e minerais superiores aos observados na maioria dos grãos de cereais.

O teor proteico e o seu perfil de aminoácidos fazem com que seja uma atrativa fonte proteica, apresenta conteúdo expressivo de aminoácidos essenciais, especialmente lisina (5%) e aminoácidos sulfurados (4%). Quanto à fração lipídica observam-se elevados teores de ácidos graxos insaturados, representando cerca de 75% do óleo de amaranto, além de esqualeno (5-12%), um composto associado a efeitos hipocolesterolêmico e anticarcinogênico. Algumas substâncias presentes em sua composição podem apresentar atividade antioxidante, tais como o esqualeno, os tocoferois, os tocotrienois, os flavonoides e os compostos fenólicos.
           
Possui vitamina C e pró-vitamina A em níveis significativos, além de atender as necessidades da maioria de vitaminas recomendadas pelo “Committee on Dietary Allowances”. Apresenta lignina e celulose, mostrando-se uma excelente fonte de fibras insolúveis, com o teor total superior ao dos cereais comuns.

Em comparação aos outros grãos, o amaranto possui uma quantidade inferior de niacina (vitamina B3) (1,0 – 1,5mg/100g) e tiamina (vitamina B1) (0,10 – 0,14mg/100g), e quantidade superior de riboflavina (vitamina B2) (0,19 – 0,32 mg/100g) e ácido ascórbico (3,0 – 7,1 mg/100g). Possui ainda vitamina E, contendo 1,57 mg/100g de α-tocoferol; 0,59 – 1,15 mg/100g de β-tocotrienol e 0,10– 0,87 mg/100g de g-tocotrienol.

O amaranto possui também concentrações expressivas de minerais como potássio e ferro e alta biodisponibilidade de zinco, magnésio e cálcio.

O grão de amaranto apresenta baixos teores de fatores antinutricionais. Estudos indicam que estes são termolábeis (perdem suas propriedades em determinada temperatura). Assim, recomenda-se o consumo do grão de amaranto devidamente processado.

Da parte verde podem-se utilizar as folhas tenras, usadas como salada, concentrados proteicos, substituto do espinafre, sopas, recheios, produtos instantâneos e alimentos infantis, e os talos como suplemento mineral e forragem. As sementes são empregadas em sopas, ensopados, confeitarias, recheios e, sob a forma de farinha, em mingaus, panquecas, pão, “tortilhas” e outros, inclusive em bebida semelhante ao leite.

A farinha de amaranto desponta como um ingrediente alimentar altamente desejável para consumo como alimento de subsistência (base alimentar) ou para o enriquecimento da dieta de muitas comunidades. O alto valor nutritivo da proteína faz com que o grão de amaranto seja aplicável, tanto na fortificação de farinhas de trigo, milho e tubérculos, como na elaboração de produtos farináceos isentos de glúten.

Perfil Lipídico

O efeito do amaranto no perfil lipídico foi demonstrado em estudo realizado com coelhos, no qual se constatou uma expressiva redução nos níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e colesterol total (CT) com o uso de amaranto extrusado. As concentrações de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL-C) e triacilgliceróis (TG) também foram reduzidas e as concentrações de lipoproteína de alta densidade (HDL-C) não apresentaram diferenças significativas.

Já em pesquisa realizada com 125 pacientes que apresentavam doença cardiovascular observou-se uma redução nos níveis de CT, TG, LDL-C e VLDL-C ao administrar óleo de amaranto nas seguintes quantidades: 3, 6, 12 e 18ml/dia por 3 semanas, concluindo que o óleo de amaranto pode ser benéfico a pacientes com doenças cardiovasculares.

Hipertensão Arterial

Alguns trabalhos sugerem possíveis mecanismos para explicar a ação do amaranto na diminuição da pressão arterial. Neste grão estão presentes algumas globulinas como as 11S, globulina P e pequena quantidade de globulina 7S, sendo que a 11S (amarantina) possui características moleculares semelhantes às das globulinas de leguminosas, como, por exemplo, a soja,cujo hidrolisado proteico possui atividade comprovada inibidora da enzima conversora de angiotensina I.

Resposta Glicêmica

Alguns autores avaliaram a digestibilidade de snacks de amaranto em 11 mulheres e observaram uma resposta glicêmica alta, semelhante ao pão branco. O resultado foi atribuído ao processamento do grão (extrusão). Em outro estudo, conduzido por três semanas com ratos saudáveis, diabéticos e diabéticos suplementados com grão de amaranto e óleo de amaranto, observou-se que os níveis de glicose sérica e a tolerância à glicose melhoraram nos ratos suplementados, assim como os parâmetros séricos como: CT, TG e VLDL-C. A excreção fecal de colesterol, TG e ácidos biliares foi drasticamente aumentada nos grupos suplementados, concluindo, portanto, que esta suplementação melhora o metabolismo da glicose e lipídeos.

Síndrome Metabólica (SM)

           No Laboratório de Fontes Proteicas da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp foi realizado um estudo experimental, do tipo longitudinal, com pessoas com diagnóstico de SM, que teve como objetivo avaliar o efeito do consumo diário de cookies de amaranto nos parâmetros da síndrome.

Participaram da pesquisa 18 indivíduos de ambos os gêneros, com idades entre 33 e 55 anos. Os participantes consumiram aleatoriamente 30g por dia de farinha de aveia ou amaranto na forma de cookies durante 30 dias, sem outras alterações na dieta habitual.

Nenhuma diferença significativa foi observada para os parâmetros da SM entre os grupos que consumiram aveia e amaranto. No entanto, ambos os grupos apresentaram níveis significativamente mais baixos de CT (11,68% e 11,51%, para a aveia e amaranto, respectivamente.), porém houve redução de HDL-C (9,27%) no grupo aveia, enquanto o amaranto não apresentou esse efeito, mas diminuiu LDL-C (12,73%). Nos voluntários que consumiram amaranto houve redução da pressão sistólica (6,53%) e HOMA-IR (25,81%).

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

Capriles, VD. Otimização de propriedades nutricionais e sensoriais de produtos à base de amaranto enriquecidos com frutanos, para intervenção em celíacos. [Tese de Doutorado] Universidade de São Paulo – USP, 2009.

Farfan, JA; Marcílio, R; Spehar, CR. Deveria o Brasil investir em novos grãos para sua alimentação? A proposta do amaranto (Amaranthus sp.). Rev Segurança Alimentar e Nutricional 2005; v.12, n.1: p.47-56.


Rocha, LM. Amaranto? O que é isso, doutor? Rev ABESO 2012; n.55: p.10-14.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Dicas Para uma “Compra Segura”

      Na hora da compra dos alimentos é importante ser exigente quanto à qualidade, para ter certeza que após o preparo você estará consumindo um alimento seguro, ou seja, livre de contaminantes de natureza química (pesticidas, aditivos químicos etc), biológica (microrganismos) ou física (vidros e pedras etc) que possam acarretar problemas à sua saúde.

    A contaminação dos alimentos pode ocorrer a qualquer instante (produção, armazenamento e comercialização) e geralmente ocorre por falhas múltiplas, incluindo: manipulação, refrigeração inadequada, processamento térmico insuficiente entre outros.

Para garantir a segurança dos alimentos, a vigilância sanitária estabelece normas específicas para a indústria e o comércio. Os agentes da vigilância também fiscalizam esses estabelecimentos, para verificar se as regras estão sendo respeitadas. Boa parte dessas normas diz respeito à higiene do local, dos utensílios e dos funcionários que manipulam alimentos. Você sabia, por exemplo, que pessoas com diarreia ou com cortes profundos ou infeccionados nas mãos não podem, em nenhuma hipótese, trabalhar no preparo de alimentos?

Quando essa regra é desrespeitada, há uma grande chance de a bactéria ou outro microrganismo passar do corpo do doente para o alimento.

O consumidor, por sua vez, não consegue avaliar visualmente todos os atributos de segurança no momento da compra, porém, algumas medidas de segurança ajudam a prevenir e minimizar a ação dos microrganismos.

            Na hora da compra, observe:

● Verifique se o estabelecimento comercial apresenta adequadas condições de conservação dos alimentos. A limpeza e a organização do ambiente são fatores importantes;

● Veja se os atendentes e manipuladores estão vestidos de forma adequada à atividade que exercem. Os que manipulam alimentos devem usar touca, e o uniforme deve estar limpo e bem conservado;

● Observe se os produtos estão acondicionados em prateleiras limpas e organizadas. Se encontrar produtos empilhados no chão, não compre. Alimentos congelados e refrigerados devem ficar armazenados na temperatura recomendada pelo fabricante, por isso é importante conferir o termômetro do refrigerador, freezer ou balcão frigorífico;

● Na hora da compra deve-se observar a temperatura nos balcões de refrigeração. Procure saber se há um termômetro para verificar se marca no máximo 7°C. Verifique também se este não apresenta água acumulada, placas de gelo na superfície ou embalagens transpiradas, pois pode indicar temperatura inadequada ou superlotação do equipamento. Comprar produtos que sofreram alteração na temperatura pode comprometer sua vida útil em todos os aspectos: aparência, textura, sabor, odor, etc;

● Confira sempre o prazo de validade e nunca compre ou consuma os que estão vencidos. Além disso, sempre observe as características do alimento antes de usá-lo, mesmo que esteja dentro da data de validade. Não consuma produtos que apresentem sinal de alteração de cor, textura ou odor ou com embalagens abertas, amassadas, enferrujadas, estufadas ou com vazamentos que sinalizam contaminações microbiológicas ou químicas;

● Os produtos de origem animal (carnes, leites etc) devem apresentar o carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que garante a qualidade e origem do produto. Alimentos industrializados devem conter no rótulo a data de validade, peso ou volume, ingredientes, composição nutricional, origem, dados do importador (caso seja importado) e instruções de uso;

Carnes pré-embaladas e congeladas, encontradas normalmente em supermercados, devem ser mantidas em refrigerador, freezer ou balcão frigorífico. Quando esses equipamentos estão fora da temperatura correta, ou quando são desligados à noite, formam água no chão, o que indica que os produtos não foram conservados na temperatura ideal;

● Ao escolher peixes, observe se a pele está firme, úmida e sem manchas. Os olhos devem ser brilhantes e salientes. As escamas têm de ser brilhantes e estar unidas e presas à pele. As brânquias (guelras) podem variar do rosa ao vermelho intenso, mas devem ser brilhantes e sem viscosidade;

● Observe se os alimentos congelados estão firmes e sem sinais de descongelamento, como acúmulo de líquido ou gelo por fora da embalagem;

Após as compras vá direto para casa. Nunca as deixe no carro ou sob o sol, pois poderão perder sua qualidade ou estragar. Se receber as compras em casa, verifique se os produtos refrigerados estão frios e os congelados com a consistência firme. Caso isto não aconteça, reclame e devolva ao estabelecimento o produto;

● Ao chegar em casa, guarde rapidamente os alimentos refrigerados, em seguida os congelados e por último, os que serão armazenados sob temperatura ambiente;

● Os alimentos que oferecem maior risco são os ricos em proteína e água, pois os microrganismos se alimentam destes nutrientes e se multiplicam, principalmente à temperatura ambiente. Os cuidados maiores se voltam para as carnes e os ovos. As carnes devem ser armazenadas em temperatura de 0°C a 4°C;

● No armazenamento sob refrigeração deve-se respeitar a seguinte ordem: nas prateleiras superiores armazenar os alimentos prontos para consumo (como o arroz cozido, presunto, queijos), nas prateleiras do meio os semi-prontos ou pré-preparado (como legumes higienizados) e nas prateleiras inferiores, alimentos crus (como verduras e frutas);

● Os alimentos industrializados depois de abertos devem ser transferidos para recipientes com tampa (de plástico ou vidro) ou embalados em plástico transparente. Além disso, devem ser etiquetados com o nome do produto, data de armazenamento e data de validade declarada no rótulo para após abertura. Este procedimento é importante, pois a data de validade do produto fechado diminui após a embalagem original ser aberta, já que este entrou em contato com o meio ambiente. O leite longa vida (de caixinha), por exemplo, após aberto, tem a mesma vida útil do leite de saquinho, ou só pasteurizado.

Durante a compra e o armazenamento dos produtos alimentícios é importante estar atento e seguir estas recomendações para garantir o consumo de alimentos saudáveis, nutritivos e seguros.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:
Doimo, MAS; Limonge, AC. Como fazer uma “compra segura”? Grupo de Extensão em Segurança dos Alimentos – GESEA. Disponível em: www.esalq.us.br Acessado em: 11/07/2014.

Guia de Alimentos e Vigilância Sanitária. Disponível em: www.anvisa.gov.brAcessado em: 11/07/2014.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Alimentação e Sistema Imunológico

      O sistema imune de mamíferos inclui um complexo conjunto de células e de moléculas que interagem para fornecer a proteção contra micróbios patogênicos (bactérias, vírus e parasitas). Esse sistema compreende dois componentes principais: o sistema imune inato e o adquirido.

     A defesa inata está presente desde o nascimento, não é específica e pode responder aos diferentes agentes da mesma forma sem produzir células de memória. Compreende barreiras estruturais (pele e membranas mucosas) e fisiológicas (pH e níveis de oxigênio). Em adição, células fagocitárias e as células natural killer (NK), estão envolvidas diretamente na fagocitose, morte celular e resposta inflamatória. Tais processos não são in­fluenciados pelo contato prévio com o agente infeccioso e formam a primeira linha de defesa do organismo, eliminando células infectadas por vírus e células tumorais, retardando o estabelecimento da infecção.

           As células de maior destaque na resposta imune inata são os neutrófilos e macrófagos. Os macrófagos produzem, proteínas sinalizadoras que recrutam outras células inflamatórias, como os neutrófilos, durante o desencadeamento da resposta imune. Interferons, interleucinas e o fator de necrose tumoral (TNF-α e TNF-β) são as principais citocinas envolvidas na resposta imune.

A resposta imune adquirida atua por maior período do que a inata e apresenta especificidade e memória. Essa defesa fornece uma proteção mais efetiva contra patógenos por sua habilidade de memorizar e reconhecer expressivo número de antígenos. É composta por células de memória B e T. As células B contribuem para a resposta imune por meio da secreção de anticorpos ou imunoglobulinas que são subdividas em cinco classes: IgA, IgD, IgE, IgG, IgM (imunidade humoral) e as células T, na imunidade mediada por células. As células T apresentam-se em populações fun­cionais distintas: células T helper (CD4) e células T citotóxicas (CD8 – divididas em citotóxicas e supressoras).

           Para que as reações do sistema imunológico funcionem e combatam as infecções precisamos de energia e dos nutrientes fornecidos por uma boa alimentação: aminoácidos essenciais, ômega-3, vitamina A, ácido fólico, vitamina B12, Vitamina C, E, zinco, cobre, ferro e selênio, probióticos para a formação de células entre outras substâncias envolvidas na defesa do nosso organismo.

       Os probióticos são componentes funcionais que têm bom impacto na função imunológica; são alimentos que contêm microrganismos – como lactobacillus e bifidobacterias que, quando ingeridos, exercem efeitos benéficos para a saúde. Esses organismos são adicionados aos alimentos, como os leites fermentados, por exemplo.

As vitaminas A, C e E são importantes antioxidantes necessários para o organismo dos seres humanos, pois protegem as células, inclusive do sistema imune, dos danos causados pelos radicais livres. Além disso, a oferta dessas vitaminas pode ser benéfica para o sistema imune por aumentar:

a) a produção de anticorpos,
b) a proliferação de linfócitos,
c) a atividade de células exterminadoras naturais (NK) e a atividade fagocítica de macrófagos,
d) a produção de citocinas pró-inflamatórias.

O zinco é um mineral que, em baixas concentrações, pode provocar prejuízos para o sistema imune por provocar a diminuição: a) da atividade de células imunes, b) da produção de citocinas, como interleucina-2 (IL-2), interferon-gama, fator de necrose tumoral-alfa, c) da capacidade proliferativa de linfócitos, dentre outras. Todos esses prejuízos provocados pela deficiência de zinco podem ser revertidos pela ingestão adequada desse micronutriente. A recomendação desse micronutriente para um adulto, homens e mulheres, é de 8 a 11 mg/dia, de acordo com a DRI (Dietary Reference Intakes).

O selênio é essencial para o organismo humano, sendo importante para ajudar a proteína exercer sua função, além de exercer papel como antioxidante. A deficiência deste micronutriente pode prejudicar a proliferação de linfócitos, produção de mediadores inflamatórios e reduzir a produção de imunoglobulinas. Por outro lado, esse micronutriente pode apresentar efeito tóxico para as células do sistema imune quando ingerido em grande quantidade. Sua recomendação para adultos, de acordo com a DRI, é de 55 microgramas diárias e sua ingestão máxima é de 400 microgramas/dia.

O ferro é importante para as funções de células imunes. Sua deficiência, como ocorre na anemia, pode causar redução na atividade fagocítica de células apresentadoras de antígenos, redução dos níveis de imunoglobulinas, dificultar a ativação de linfócitos T e reduzir a produção de IL-2.

As fontes alimentares dos nutrientes que colaboram para o fortalecimento do nosso sistema imunológico são:
Vitamina E: fontes oleaginosas como: nozes, castanhas, amêndoas, macadâmias, azeite de oliva.
Vitamina A: manga, mamão, cenoura, abóbora, couve, espinafre.
Zinco: legumes, feijão, lentilha, ervilha, soja e grãos, carne vermelha.
Vitamina C: laranja, kiwi, acerola, goiaba, morango, limão, tangerina, couve, tomate.
Selênio: nozes, castanha do pará.
Cobre: castanha de caju, semente de girassol, lentilhas, cogumelos, chocolate amargo.
Probióticos: batata yacon, raiz da chicória, leites fermentados.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Arthur JR, McKenzie RC, Beckett GJ. Selenium in the immune system. J Nutr. 2003; v.133(5 Suppl 1): p. 1457S-1459S.

Calder PC, Kew S. The immune system: a target for functional foods? Br J Nutr. 2002; v. 88 Suppl 2: S.165-177.

Carvalho, F. Alimentos que ajudam a melhorar o sistema imunológico. Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 05/07/2014.

Cunningham-Rundles S, McNeeley DF, Moon A. Mechanisms of nutrient modulation of the immune response. J Allergy Clin Immunol. 2005; v.115, n.6: p.1119-1128.

Dodig S, Cepelak I. The facts and controversies about selenium. Acta Pharm. 2004; v.54, n.4: p. 261-276.

Macedo, EMC; Amorim, MAF; Silva, ACS; Castro, CMMB. Efeitos da deficiência de cobre, zinco e magnésio sobre o sistema imune de crianças com desnutrição grave. Rev Paul Pediatr 2010; v.28, n.3: p. 329-336.


Marques, CG. Influência dos micronutrientes na resposta imune. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 05/07/2014.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Síndrome da Enterocolite Induzida Por Proteína Alimentar (FPIES)

A Food Protein Induce Enterocolitis Syndrome (FPIES), Síndrome da Enterocolite Induzida Por Proteína Alimentar (FPIES) é uma hipersensibilidade gastrointestinal a alimentos, não mediada por IgE, provavelmente mediada por células, que se manifesta através de vômitos abundantes e repetitivos, às vezes com diarreia, levando a desidratação aguda e letargia. Na forma crônica, FPIES pode causar anemia, hipoalbuminemia e dificuldades no crescimento e desenvolvimento. [1]

Um estudo de Israel avaliou um grupo de 13.019 bebês de até 12 meses de idade, 0,34 % foram diagnosticados com FPIES para leite de vaca nos testes de provocação oral, em comparação, 0,5 % dos bebês foram diagnosticados com alergia mediada por IgE ao leite de vaca. [2]

Embora seja impossível estender os resultados de Israel para outras populações, este estudo sugere que FPIES pode ser uma doença mais comum do que se imagina.

Nos estudos americanos são mais frequente os Relatos de Casos de FPIES para o Leite de Vaca ou a Soja. Vários estudos demonstram que até 50 % dos pacientes reagem aos dois alimentos.

Os sintomas da FPIES normalmente começam nos primeiros meses de vida (até 1 ano de idade), normalmente de 1 (uma) a 4 (quatro) semanas após a introdução do leite de vaca ou proteína da soja. [3]

A introdução tardia do leite de vaca ou soja nas crianças exclusivamente amamentadas pode resultar em inicio tardio dos sintomas. Isto quer dizer que as mães que amamentam devem prestar bastante atenção em todos os primeiros sinais de alteração gastrointestinal de seu bebe e, se possível, fazerem um registro alimentar para poderem discutir com o gastropediatra em momento oportuno.

Ainda com base em dados americanos, arroz, aveia, cevada, frango, peru, clara de ovo, ervilhas, amendoim, peixe e moluscos são reportados como alimentos desencadeadores de reações FPIES. [4] [6] Estes “gatilhos” alimentares também são alimentos cuja fração proteica é bastante alergênica.

O Início da FPIES depois de 1 ano de idade é raro, porém, FPIES a peixe e mariscos têm sido relatados em crianças mais velhas e adultos. [6]


O arroz é o alimento sólido que mais induz a FPIES. [5] [7]. Os pacientes com histórico de FPIES a um tipo de grão têm 50 % de chance de desenvolver FPIES a outros tipos de grão.

Contudo, FPIES a trigo não foi reportada em crianças com FPIES a aveia ou arroz, provavelmente porque a introdução do trigo significativamente mais tarde nestes casos evita a “janela de suscetibilidade imunológica”. [3] [4,7]. Note-se bem que não é uma intolerância ao glúten ou Doença Celíaca e, portanto não deve-se confundir o tratamento alimentar das três patologias.

Entre as crianças com FPIES a alimentos sólidos, 80% reagiram a mais de um alimento, 65% foram diagnosticados previamente com FPIES a leite e/ou soja e 35% foram amamentados.

O diagnóstico tardio da FPIES a alimentos sólidos pode ser devido ao fato que os grãos como arroz, aveia e vegetais tem baixo potencial alergênico e normalmente não são suspeitos de desencadearem reações alérgicas [8].

A FPIES pode ser crônica ou aguda.

Na forma crônica o alimento é oferecido constantemente e a criança apresenta pequenos vômitos ou diarreias com sangue.

Quando se suspende por um período o alimento, na provocação oral se observa o FPIES de forma aguda.

Em geral, aproximadamente 75% das crianças com FPIES aparecem na forma aguda, 15% desenvolvem hipotensão e requerem hospitalização. [9]

Crianças com sintomas crônicos normalmente melhoram em 3 a 10 dias substituindo a fórmula por uma à base de caseína hidrolisada, com ou sem hidratação venosa.

Por volta de 10 a 20% das crianças podem requerer formulas à base de aminoácidos livres.

A FPIES é considerada a mais grave das hipersensibilidades alimentares gastrointestinais não mediadas por IgE. [10] FPIES precisa ser diferenciada das proctocolites induzidas por alimentos, enteropatia induzida por alimentos e esofagite eosinofilica/gastroenterocolite. Êmese aguda, diarreia e desidratação podem imitar anafilaxia gastrointestinal, doença viral, sepsis ou intoxicação gastrointestinal. Devem ser descartados, refluxo gastresofágico grave, obstrução intestinal e distúrbios metabólicos.

O teste de provocação oral deve ser conduzido em ambiente controlado onde acesso intravenoso pode ser garantido e a rápida reposição de perda volêmica pode ser feita, se necessário. Isto deixa claro que nenhum teste de provocação oral deve ser realizado em ambiente não hospitalar.

Durante um teste de provocação oral, o alimento é servido em 3 porções iguais durante 45 a 60 minutos, seguido de um período de observação de 4 horas.

A conduta consiste em evitar o alimento causador. Por volta de um terço das crianças com FPIES a leite ou soja desenvolvem FPIES a alimentos sólidos, mais comumente ao arroz e outros grãos.

Portanto, a introdução de frutas amarelas e vegetais é recomendada aos 6 meses de idade. [3, 7]

Introdução de leite de vaca e soja nessas crianças pode ser tentada após 1 ano de idade se não houver reações anteriores a estes alimentos. A tolerância a um alimento de cada grupo de alto risco, por exemplo, soja para legumes, frango para aves ou aveia para grãos, aumenta a probabilidade de tolerância a outros alimentos do mesmo grupo. [7]

Testes de provocação oral podem ser usados para estabelecer o diagnóstico ou para avaliar a tolerância da FPIES. Uma conduta conservadora recomenda testes a cada 18 a 24 meses em pacientes sem reações recentes. [7]

O objetivo de se estudar e multiplicar as informações a respeito da FPIES é de se atingir cada vez mais profissionais de saúde cuja capacitação garantirá a segurança e saúde destes bebês.

Texto elaborado por: Vanderlí Fátima Marchiori

Assessora Técnica da Faculdade de Medicina de São Jose do Rio Preto.
Vice Presidente da APFIT – Associação Paulista de Fitoterapia
Assessora Técnica da ABICAB  (Associação Brasileira das Indústrias de Cacau, Amendoim e Balas), ABITRIGO (Associação Brasileira das Indústrias do Trigo)  e ABIMA (Associação Brasileira de Massas).
Secretária Geral da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva.
Sócia Fundadora da Sociedade Brasileira de Nutrição Esportiva
Colaboradora Técnica da Associação Paulista de Nutrição,
Fitoterapeuta pelo Medicina Natural Alternativa no Manchester Institute of Medicine.
Especialista em Nutrição Clinica Funcional - CVPE
Especialista em Psicologia Transpessoal pela Associação Luso Brasileira de Transpessoal – 2010.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

1.     Boyce, J., et al., Guidelines for the Diagnosis and Management of Food Allergy in the United States: Summary of the NIAIDSponsored Expert Panel Report. J Allergy Clin Immunol, 2010. 126(6 Suppl): p. S1-S58.

2.     Katz, Y., et al., The prevalence and natural course of food protein-induced enterocolitis syndrome to cow's milk: a large-scale, prospective population-based study. J Allergy Clin Immunol, 2011. 127(3): p. 647-653.

3.     Nowak-Wegrzyn, A., et al., Food protein-induced enterocolitis syndrome caused by solid food proteins. Pediatrics, 2003. 111(4 Pt 1): p. 829-835.

4.     Nowak-Wegrzyn, A. and A. Muraro, Food protein-induced enterocolitis syndrome. Curr.Opin.Allergy Clin Immunol, 2009. 9(4): p. 371-377.

5.     Mehr, S., et al., Food protein-induced enterocolitis syndrome: 16-year experience. Pediatrics, 2009. 123(3): p. e459-e464.

6.     Sampson, H.A. and J.A. Anderson, Summary and recommendations: Classification of gastrointestinal manifestations due to immunologic reactions to foods in infants and young children. J Pediatr Gastroenterol Nutr, 2000. 30: p. S87-S94.
7.     Sicherer, S.H., Food protein-induced enterocolitis syndrome: Case presentations and management lessons. J Allergy Clin Immunol, 2005. 115(1): p. 149-156.

8.     Nowak-Wegrzyn, A., Future approaches to food allergy. Pediatrics, 2003. 111(6 Pt 3): p. 1672-1680.

9.     Caubet, J.C. and A. Nowak-Wegrzyn, Current understanding of the immune mechanisms of food protein-induced enterocolitis syndrome. Expert.Rev.Clin Immunol, 2011. 7(3): p. 317-327.

10.  Leonard, S.A. and A. Nowak-Wegrzyn, Food protein-induced enterocolitis syndrome: an update on natural history and review of management. Ann.Allergy Asthma Immunol, 2011. 107(2): p. 95-101.

11.  Nowak-Wegrzyn, A., et al., Work Group report: oral food challenge testing. J Allergy Clin Immunol, 2009. 123(6 Suppl): p. S365-S383.


12.  Sicherer, S.H., P.A. Eigenmann, and H.A. Sampson, Clinical features of food-proteininduced entercolitis syndrome. J Pediatr, 1998. 133(2): p. 214-219.