sábado, 27 de fevereiro de 2016

Alimentação na Infância: O Que Não Oferecer À Criança Na Primeira Infância



      Durante o primeiro ano de vida da criança, a nutrição se revela um fator primordial e a promoção de crescimento somático é um dos pilares do desenvolvimento cerebral adequado. Em decorrência disso, os aspectos nutricionais e alimentares têm papel de destaque nessa faixa etária. A desnutrição energético-proteica e a deficiência de certos micronutrientes nesse período podem causar danos ao sistema nervoso central, culminando em atrasos no desenvolvimento da criança.

Atualmente, 44 milhões de crianças com menos de cinco anos estão acima do peso ideal. No Brasil, segundo o IBGE, cerca de um terço da população entre cinco e nove anos sofre do mesmo mal, e os números devem continuar subindo. Isso se deve, principalmente, ao estilo de vida e aos hábitos alimentares. As crianças estão consumindo, cada vez mais, alimentos altamente calóricos e pobres em vitaminas e minerais e estão mais sedentárias, devido ao aumento de tempo na TV, computadores e videogames, e consequentemente, reduzem as atividades físicas.

O consumo excessivo de gordura, sal e açúcar nos primeiros anos de vida pode prejudicar bastante o desenvolvimento da criança. Esses alimentos têm altos valores calóricos e o excesso realmente desses nutrientes, de açúcares, gorduras podem trazer prejuízos para a saúde no futuro. Então o acúmulo de sal no corpo, de açúcar que podem levar a algumas doenças como diabetes e hipertensão, por exemplo, no futuro, além do risco de sobrepeso e obesidade.

A dieta da criança deve ter qualidade, quantidade, frequência e consistência adequadas a cada idade. Para crianças com até 6 meses, o leite materno exclusivo é o melhor alimento. Após essa idade, a introdução da alimentação complementar adequada deverá atender aos requerimentos de energia, proteína, ferro, zinco e algumas vitaminas lipossolúveis (A e D), mantendo-se o aleitamento materno até pelo menos 2 anos de idade. Esse posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) é apoiado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Além disso, de acordo com o preconizado pela SBP, se por algum motivo não for possível manter o aleitamento materno deve-se utilizar fórmula infantil apropriada para a faixa etária lactente, observando-se os benefícios nutricionais e os aprimoramentos que tornam essas fórmulas mais próximas à referência, que é o leite materno.

Recomenda-se aos pais evitar o consumo de enlatados, frituras, gorduras, guloseimas, café e oferecer às crianças os alimentos saudáveis como frutas, legumes, verduras, tubérculos, as carnes ao longo do dia da criança.

Sendo assim:

● Prefira sucos naturais em vez de refrigerantes e versões prontas. Sugiro as frutas laranja, maçã, pera, mamão, banana, melancia, goiaba e manga.

● Esteja atento aos rótulos antes de comprá-los para evitar oferta de alimentos que contenham corantes, aditivos e conservantes artificiais. Já existem fabricantes que comercializam produtos sem conservantes.

● Evite a oferta de alimentos que não são próprios para idade, como iogurtes industrializados, queijinhos petit suisse, macarrão instantâneo, bebidas alcoólicas, salgadinhos e refrigerantes. Enquanto a família estiver consumindo esses alimentos, deve-se ofertar os habituais à criança (frutas, sucos ou cereais, que são mais adequados e saudáveis a ela).

● No preparo das refeições e papinhas, troque os temperos industrializados e o sal pelos naturais, como cebola, alho, limão, gengibre, orégano, manjericão e alecrim.

● No caso de usar açúcar, experimente os do tipo mascavo ou demerara, menos prejudiciais, já que contém algumas vitaminas.

● Evite biscoitos recheados e sorvetes cremosos, cheios de gordura trans. Troque lanches muito doces por frutas, sucos e salada de frutas.

●Use mais alimentos com gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, como peixes, abacates e óleos vegetais.


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Alimentos ricos em sal e gordura podem prejudicar o desenvolvimento das crianças. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em: 22/02/2016.

Modesto, P. O que não oferecer à criança na primeira infância. Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 22/02/2016.

Nutricionistas da Fiocruz dão dicas sobre planejamento alimentar para crianças. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em: 22/02/2016.

Pocket Book Nutrição Básica. Nestlé Nutrititon Institute, 2014.

Vitolo, MR. Nutrição: da Gestação à Adolescência. 1 ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2003.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Fritadeira Elétrica Sem Óleo: Mocinha ou Vilã?



A indústria vive criando estratégias para que as pessoas continuem comprando cada vez mais. Porém, é preciso ter cautela e analisar friamente se o produto vale a pena. E foi o que fizemos com a fritadeira elétrica sem óleo do tipo airfrayer.

Como esse tipo de fritadeira promove o aumento da temperatura, há a formação de um composto químico chamado acrilamida, que está relacionada a um maior risco de desenvolvimento de câncer.

Entretanto, a acrilamida é formada naturalmente quando os alimentos são aquecidos (principalmente os alimentos ricos em carboidratos, como as batatas). Quanto maior a temperatura e maior o tempo em que o alimento é exposto a essas altas temperaturas (maiores que 120oC), maior será a quantidade de acrilamida formada. Como consequência: as chances de desenvolvimento de câncer aumentam.

A acrilamida não é formada só em alimentos preparados nessas fritadeiras elétricas. Se um alimento for aquecido por bastante tempo a temperaturas maiores que 120oC no forno convencional, no forno elétrico, no fogão ou na frigideira com óleo, haverá também a formação desse composto.

Então, qual é a melhor saída?

É preferível que você utilize uma fritadeira sem óleo do que a fritura de imersão, em que o alimento fica mergulhado no óleo. Embora possa ocorrer a formação da acrilamida em ambos os modos de preparo, na fritadeira com óleo você terá uma quantidade muito maior de calorias e de gordura, o que pode trazer muitos outros problemas para a sua saúde.

Já entre uma preparação cozida ou assada comparada com aquela feita em uma fritadeira sem óleo, a melhor opção é escolher o modo de preparo no qual o alimento atinge menor temperatura.

Dica: o ideal é evitar alimentos fritos ou com aspecto de tostado, pois quanto mais tempo no fogo ou em altas temperaturas, maior será a formação da acrilamida. Mas lembre-se: nada de carnes mal passadas, assim você evita o risco de contaminação.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Fritadeira Elétrica Sem Óleo: Mocinha ou Vilã? Meu Prato Saudável. Disponível em: www.meupratosaudavel.com.br Acessado em: 21/02/2016.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Índice Glicêmico



O índice glicêmico classifica e avalia de forma especifica os alimentos em relação à velocidade de digestão e absorção dos carboidratos, comparado a um alimento de referência (glicose ou pão branco). São considerados alimentos de alto índice glicêmico, alimentos ricos em carboidrato, cuja digestão e absorção acontecem rapidamente, elevando os níveis de glicose sanguínea. Já os alimentos considerados de baixo índice glicêmico, possuem carboidrato de digestão e absorção lenta, pois apresentam maior teor de fibras, e por isso liberam a glicose no sangue gradualmente.

Algumas fontes de carboidrato:
 
● A Batata Doce, é a preferida do público das academias por ser uma excelente fonte de carboidratos de baixo índice glicêmico, contém vitamina A, vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, potássio e fósforo, pode ser consumida por qualquer pessoa! (eu adoro com canela no café da manhã!
);

● A Batata Yacon é rica em carboidratos de baixo índice glicêmico, composta por 90% de água e pode ser consumida crua, e é classificada como um alimento funcional e nutracêutico. A Batata Inglesa tem índice glicêmico mais alto, é rica em fósforo, vitaminas do complexo B e vitamina C. 
 
Outros alimentos com moderado a baixo IG são Inhame, cereais integrais como granola sem açúcar e farelo de aveia, biscoito de arroz integral, pão integral etc.

● A Tapioca, o Arroz Branco, e o Macarrão estão no mesmo time, possuem teor de fibras mais baixo, e o IG um pouco mais alto. São ótimas opções para pré-treino, e devem fazer parte do pós-treino, principalmente daqueles que querem ganhar massa muscular, primeiro pela disponibilização rápida de energia para a atividade, e depois para repor os estoques que foram gastos. 

Alimentos de alto IG, como mel, melado, açúcares e frutas devem ter consumo moderado por quem procura emagrecer. Como esse tipo de carboidrato tem a absorção mais rápida, a insulina também é liberado mais rapidamente, favorecendo o anabolismo (ganho de massa muscular). O problema é que a insulina também reduz a lipólise ("queimar gordura"), logo, se o objetivo for a redução de gordura corporal, alguns profissionais optam por não usar carboidratos simples (de alto IG) no pós-treino imediato, para que os estoques de gordura corporal continuem sendo acionados mesmo após o término da atividade.

            Agora, para saber sobre os melhores tipos e a quantidade diária necessária de carboidratos, proteínas e gorduras, procure um nutricionista! As necessidades nutricionais são individuais, por isso merecem atenção individual, especializada e personalizada!

Texto elaborado por: Priscila Moreira

Especialista em Nutrição Clínica e Metabolismo e em Alimentos Funcionais na Prática Clínica e Esportiva 

Atendimento em Consultório.

Coordenadora do Ambulatório de Nutrição Esportiva do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.


Responsável pelo atendimento em Obesidade e Síndrome Metabólica e Grupo Obesidade Zero, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
 


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.