domingo, 13 de março de 2016

Pão Integral



         O pão é um alimento amplamente consumido por diversas faixas etárias e classes sociais, definitivamente um alimento sem preconceitos. Por ser bastante acessível, incrementá-lo com ingredientes que possam colaborar com a saúde de quem os consome é uma ótima opção.

        Mas seria interessante trocar o tradicional pão francês ou aquele convencional pão de forma branco por pães mais elaborados, com elevados teores de fibras? A resposta para essa questão é positiva. Essa troca é uma alternativa muito válida para aquelas pessoas que buscam se alimentar de forma mais saudável e procuram aliar qualidade de vida com a nutrição.

           Esses pães com a composição nutricional diferenciada são conhecidos como pães integrais, que são aqueles fabricados com a farinha do cereal em sua forma integral, ou seja, os grãos utilizados para fabricação apresentam em sua composição o gérmen, endosperma e farelo e a farinha confeccionada não passa pelo processo de refinamento. Devido à presença desses componentes o produto final acaba apresentando um teor elevado de fibras alimentares.

            As fibras podem ser classificadas como solúveis ou insolúveis. As primeiras, como o nome diz, têm a propriedade de se misturar com a água e são encontradas principalmente nas frutas e vegetais, mas encontradas também em quantidades consideráveis nos pães integrais. Este tipo de fibra está relacionado com a redução do colesterol ruim (LDL) e consequentemente o aumento do colesterol bom (HDL), redução dos níveis de triglicerídeos e açúcar no sangue, ajudando assim a prevenir doenças cardiovasculares.

            As insolúveis, assim chamadas porque não se misturam com água, são celuloses (as hemiceluloses e a lignina). Essas cumprem uma função fundamental na motilidade intestinal concorrendo para o aumento do bolo fecal, deixando as fezes mais leves, úmidas e volumosas, facilitando seu trânsito. Com isso evitam a prisão de ventre e reduzem o risco das doenças gastrointestinais. Podem ser encontradas principalmente nos cereais integrais, como é o caso do pão integral.

            Mas já que o pão integral apresenta um teor de fibras maior que o tradicional é correto afirmar que esse alimento é funcional? Nesse ponto tudo depende. A ANVISA regulamenta que para um alimento ser considerado funcional quanto ao teor de fibras deve conter no mínimo 3,0g de fibra alimentar por fatia de pão. Agora você deve estar se perguntando: como sei quanto de fibra tem cada fatia de pão? Uma fatia de pão, no caso dos pães comerciais, é a porção alimentar determinada pela ANVISA para pães.

             Nessa quantidade de alimento deve haver os 3,0g de fibras para que haja os benefícios a saúde esperados. A tabela nutricional disposta no rótulo do alimento mostra a quantidade de cada ingrediente em 100g do produto e por porção do alimento, basta olhar a rotulagem e ver se no pão integral que você está levando tem 3,0g de fibra alimentar por porção do alimento. Alguns pães integrais não apresentam essa quantidade de fibras. Fica o alerta de sempre observar a rotulagem dos alimentos para não levar gato por lebre. Os alimentos com esse apelo a saúde acabam por ter um valor agregado maior e pagar mais por um produto que não trará tais benefícios não faz bem nem a saúde e principalmente a saúde do bolso. Por isso olho nos rótulos e lembrando sempre que nem todo pão integral é um alimento funcional.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Santana, ATMC. Pão integral como fonte de fibra alimentar: verdade ou mito? Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 17, 18 e 19, de 30 de abril de 1999. Aprova o Regulamento Técnico que Estabelece as Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos. Brasília, 1999.

SALGADO, J. M. Alimentos inteligentes: saiba como obter saúde por meio da alimentação. São Paulo: Prestígio editorial, 2005. v.2, p. 44-46.



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