domingo, 5 de junho de 2016

Caqui



O outono chegou! E com ele além de um clima mais ameno, veio uma ótima oportunidade para tornar nossa alimentação muito mais saudável. É nesta estação que frutas como tangerina, banana, goiaba, caqui, melancia, abacate e maracujá podem ser encontradas fresquinhas e com um bom preço nas bancas e nos supermercados, tornando-se boas pedidas para o dia a dia.

Hoje iremos abordar um pouquinho mais a respeito do caqui, uma fruta que foi introduzida no Brasil por imigrantes japoneses no início do século XX. Atualmente as principais regiões produtoras de caqui são o Sudeste e o Sul do nosso país, sendo o Estado de São Paulo responsável por quase 60% da produção nacional e os principais pólos produtores encontram-se nos municípios de Jundiaí, Campinas, Atibaia e Mogi das Cruzes.

No nosso país, os frutos do caquizeiro podem ser classificados em três grupos. O primeiro grupo, denominado “sibugaki”, compreende os frutos que possuem polpa de coloração amarelada, podendo ou não possuir sementes e que quando consumidos causam a sensação de adstringência. O segundo grupo são os caquis conhecidos popularmente como doces ou duros, pertencentes ao grupo “amagaki”, apresentando as mesmas características do primeiro grupo, diferenciando-se apenas com o fato de não possuírem efeito adstringente. O último grupo e talvez o mais conhecido seja o caqui “chocolate”, que apresenta esse nome devido a coloração escura de sua polpa, proveniente da presença da grande quantidade de sementes. Os caquis que possuem uma ou mais sementes causam a sensação de adstringência quando consumidos, o que não ocorre naqueles frutos onde não temos as sementes.

E você sabe a razão de algumas cultivares do caqui serem adstringentes? Essa característica tão marcante deve-se a presença de altos teores de compostos denominados taninos. Na boca, estes compostos precipitam algumas proteínas (enzimas) presentes na saliva, principalmente a amilase, e se unem aos receptores de sabor, causando assim a sensação de secura no céu da boca.
 
Além da sua atraente aparência e do seu excelente sabor, o caqui também possui elevada qualidade nutricional, constituindo-se como uma boa fonte de fibras (2,60 g/100g), carboidratos (17,20 g/100g), vitaminas e sais minerais. Quanto as suas calorias, esta fruta oferece aproximadamente 64 kcal por 100g de fruta.

A polpa do caqui é rica em pectina, uma fibra solúvel, contento 26% da recomendação diária preconizada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Estas fibras estão relacionadas com a redução do colesterol, auxilio no controle do nível de açúcar no sangue, prevenindo o diabetes, além de promover o bom funcionamento do intestino.

Independente da variedade consumida, o caqui possui elevada quantidade de polpa e nela podemos encontrar compostos com importante atividade antioxidante, como as vitaminas A e C (813 e 14 mg por 100 g de fruto, respectivamente) e também compostos denominados polifenois, tornando essa fruta uma grande aliada na prevenção de doenças relacionadas ao excesso de substancias danosas (radicais livres) no nosso organismo, como diabetes, câncer, aterosclerose, além do envelhecimento. Vários estudos tem demonstrado que os polifenois presentes no caqui podem diminuir a vida das células cancerígenas através da inibição de substâncias que promovem a proliferação dessas células.

Além das vitaminas e dos polifenois, o caqui também é uma ótima fonte de betacaroteno, outro componente importante para manter nossa saúde em dia, devido a sua capacidade de se converter em vitamina A. No nosso organismo essa vitamina apresenta diversas funções de regulação da proliferação e diferenciação das nossas células, modulação do nosso sistema de defesa e também na manutenção da função visual, sendo necessária para a visão colorida e visão em baixos níveis de luz.

Apesar de todos esses benefícios, não vá exagerar! O caqui é rico em açucares, dentre os quais os principais são a frutose e a glicose, por isso a recomendação é o consumo de apenas uma unidade por dia.

E se você já é um apreciador desta fruta, agora tem mais motivos ainda para continuar incluindo ela na sua dieta. Já quem ainda não a consome, vale a pena experimentar e desfrutar dos benefícios que esta fruta da estação pode te trazer!

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Bachiega, P. Caqui: adicione mais sabor e saúde ao seu outono. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br

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