quinta-feira, 23 de junho de 2016

Enxaqueca



Ao longo da vida, a maioria das pessoas tem ou terão dores de cabeça. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 15% da população do planeta sofrem desse mal, o que inclui, aproximadamente, 25 milhões de brasileiros. 

A enxaqueca é caracterizada por uma cefaleia (dor de cabeça) na região occipital (região atrás da cabeça, próxima a nuca), desencadeando sintomas como: distúrbios visuais, vertigem, falta de coordenação dos movimentos, distúrbios da fala, zumbido, alterações sensoriais das extremidades do corpo.

Não se sabe ao certo o que pode levar ao aparecimento da enxaqueca, mas acredita-se que o estresse, a fadiga, alterações climáticas, oscilações de hormônios, excesso de bebida alcoólica, entre outros fatores podem desencadear a cefaleia. A enxaqueca altera o humor e pode levar a depressão. Muitos estudos mostram a relação da alimentação com o surgimento das dores de cabeça, porém muita coisa pode ser considerada mito.

Dez principais causas de enxaqueca:

● Preocupações excessivas, ansiedade, tensão, estresse;

● Ficar sem comer. O jejum é o aspecto alimentar mais importante para desencadear dores de cabeça. Longo tempo sem comer pode gerar uma queda na taxa de açúcar do sangue e provocar a produção de substâncias que causam dor. O ideal é comer algo a cada 3 ou 4 horas, e também não exagerar na comida quando passar muito tempo em jejum;

● Dormir mal. Bom sono é uma condição fundamental para o bem estar de uma maneira geral, e também para o equilíbrio das enxaquecas e outras dores de cabeça. Dormir pouco, dormir muito, demorar para pegar no sono, acordar no meio da noite, roncar e ter sonolência de dia, ir dormir e acordar muito tarde são todos possíveis desencadeantes de dor de cabeça;

● Ciclo hormonal. A temida TPM (tensão pré-menstrual) carrega consigo crises de cefaleia. As enxaquecas na mulher tendem a ser mais concentradas no período menstrual ou pré-menstrual. Irregularidades menstruais, endometriose, ovários policísticos e reposição hormonal, podem ser fatores que agravam as enxaquecas;

● Irritação e alterações do humor. A irritabilidade aparece normalmente junto com uma crise de enxaqueca, mas também pode ser um motivo gerador de novas dores. Altos e baixos no humor, pavio curto, passar muita raiva (guardando ou explodindo, tanto faz), impaciência, são combinações para desencadear uma enxaqueca. Tudo o que for feito no sentido de relaxar, acalmar e treinar a paciência é útil;

● Excesso de cafeína. Tomar muito café, bebidas cafeinadas (coca-cola, chás pretos), chocolates, e até mesmo analgésicos que contenham cafeína são provocadores de enxaqueca;

● Falta de exercícios físicos. Realizar exercícios faz com que o organismo produza endorfinas, regulariza a produção de neurotransmissores como a serotonina, melatonina, tornando o organismo mais saudável e mais resistente à dor;

● Uso excessivo de analgésicos. Analgésicos não tratam a enxaqueca, só aliviam a intensidade e a duração das crises. O uso de analgésicos pode vir a tornar crônica, piorar a enxaqueca, tornando-a mais resistente e mais frequente;

● Alimentos como chocolate, frutas cítricas, alimentos muito gelados (sorvetes), nozes, alimentos gordurosos, condimentados, ricos em glutamato monossódico (presente em salgadinhos, molhos, adoçantes), podem agravar as enxaquecas;

● Causas genéticas. Deve-se reconhecer rapidamente a enxaqueca na infância, adolescência, início da vida adulta em filhos de pessoas que sofrem com a enxaqueca, para que ela possa ser tratada adequadamente, preventivamente, evitando que as crises apareçam e que a enxaqueca se desenvolva até um estágio crônico.

Os alimentos frequentemente associados às crises de enxaquecas são: queijos, iogurtes, chocolates, vinhos, frutas cítricas, alimentos fritos e/ou com alto teor de gorduras e o glutamato monossódico. Mas os alimentos nem sempre são os vilões. Estes alimentos podem impulsionar as crises por condições já pré-existentes. Os constituintes dos alimentos promovem a liberação de noradrenalina ou serotonina e também estimulam os gânglios do nervo trigemeo, tronco cerebral e vias neurais do córtex, o que pode contribuir para as enxaquecas.
 
Carnes curadas: são responsáveis por 2,5% a 20% do consumo de nitritos (os nitritos são produzidos a partir da redução dos nitratos na boca e no intestino). Os nitritos agem no endotélio vascular promovendo a vasodilatação e a possível dor de cabeça.

Glutamato monossódico: este nome difícil nada mais é do que um aditivo alimentar que aumenta a palatabilidade dos alimentos, encontrado principalmente em comidas instantâneas, carnes processadas e molhos. Com o consumo elevado, pode ocorrer a excitabilidade nos nociceptores centrais (são receptores que causa a percepção da dor) promovendo a produção de neuropeptídeos vasodilatadores.

Chocolate: os componentes do chocolate capazes de estimular o aparecimento da enxaqueca são a feniletilamina, teobromina e a catequina. Estes componentes levam a alterações no fluxo sanguíneo cerebral.

Alimentos ricos em gorduras: estes alimentos estão associados a agregações plaquetárias, diminuição da serotonina e elevação de prostaglandinas, conduzindo a vasodilatação e aos ataques de enxaquecas.

Bebidas alcoólicas: o vinho é uma das bebidas alcoólicas que possui aminas biogênicas (histamina, tiramina e finiletilamina), sulfitos e flavonoides fenólicos (catequinas e antocianinas) que podem ser suscetíveis a provocar as enxaquecas. Algumas substâncias como as catequinas e antocianinas presentes no vinho são capazes de inibir uma enzima denominada PST-P. Estudos constataram que os indivíduos que possuem enxaquecas tem um déficit dessa enzima. Isto indica a possível relação entre o agravo das enxaquecas com o alto consumo de bebidas alcoólicas. 


            Vale ressaltar que os alimentos que podem desencadear a enxaqueca possuem certos limites de tolerância que variam de um indivíduo a outro, mas ainda são escassos estudos com alimentos relacionados aos ataques de enxaqueca.

           Em contraposição, alguns estudos mostram que o consumo de algumas vitaminas, minerais, lecitina (encontrada na soja) e ácidos graxos ômega-3 (encontrados nos peixes, como salmão, algumas oleaginosas e vegetais) podem contribuir no combate à enxaqueca por estes serem importantes no desempenho do metabolismo do sistema nervoso.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

Aranha, JB. Enxaqueca, saiba como amenizá-la. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br

Bertolucci, P. Enxaqueca. Disponível em: www.patriciabertolucci.com.br Acessado em: 17/06/2016.

Saiba mais sobre a enxaqueca. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em: 08/06/2016.

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